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O Agro brasileiro liderando a produção mundial de grãos

07/10/2022

Na última edição da AgroForum 2022, o Ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, finalizou a sua participação com uma reflexão importante: “Tem uma lei importante que o agro vive e respira todos os dias, é a lei da semeadura. Tudo que se planta se colhe”. Não poderia ser diferente. O Brasil tomou a posição que era dos EUA, se tornando o número 1 da trading global de grãos.
Hoje os dois grandes provedores de alimentos no mundo são o Brasil e EUA, segundo os dados apresentados no evento. Embora a produção de milho e soja dos EUA seja de 500 milhões de toneladas, o consumo interno americano é muito maior que o do Brasil. Apenas cerca de 60 a 65 milhões de toneladas desses grãos são exportados pelos americanos, fazendo com que sua exportação seja menor em relação a do Brasil:  aqui produzimos 250 milhões de toneladas, mas exportamos mais de 100 milhões de toneladas.

Esses números deixam o Brasil em primeiro lugar da trading global de grãos, tomando a posição que era dos EUA, com uma gigantesca possibilidade de expansão e continuidade na liderança pelo fato de possuir espaço para aumentar a produção, diferente dos EUA que estagnou no quesito de espaço arável.
 
Graças ao crescimento da sua infraestrutura que vem sendo bem semeada, nosso país virou o mais competitivo para colocar produtos na mesa de países como a China, considerado o maior mercado consumidor. O centro oeste brasileiro foi mais eficiente que o meio oeste americano graças aos investimentos realizados. Com isso, foi possível tornar o dólar por tonel mais barato do Mato Grosso para a China, comparando com a rota utilizada pelos americanos através do Mississipi. 

O poder público e o privado estão em sintonia e sabem que o mercado da Ásia está aí para comprar alimentos, o que deverá aumentar a liderança e a posição competitiva do Brasil em relação aos outros países. Com essa oportunidade de liderança, o Brasil tem tudo para migrar de um país em desenvolvimento para desenvolvido. 
No evento, chamou a atenção o quanto o setor ferroviário será importante para o Brasil se manter competitivo, mesmo com dificuldades decorrentes da grande extensão territorial. O setor ferroviário e hidroviário são os setores que conseguem transportar grandes volumes com baixo valor agregado. Além da segurança e eficiência, o impacto ambiental das ferrovias, reduz as emissões em 75% quando comparada às mesmas toneladas transportadas pelo setor rodoviário. 

Essa combinação público/privada que já era sucesso nos setores portuário e aeroviário, foi replicado para o setor ferroviário. O Estado detinha o monopólio das ferrovias, porém, nos últimos anos do novo governo, com a mudança regulatória no marco do setor ferroviário, foi permitido ao setor privado assumir o protagonismo dos investimentos e inclusive os riscos através do regime de autorização. Até o momento, 27 empresas foram autorizadas a investir 240 bilhões dos 89 pedidos que foram realizados nos últimos meses e estão sob análise. 

Em três anos e nove meses de ressurgimento do setor, graças a antecipação dos modelos regulatórios de concessão de ferrovias, teremos o benefício de 30% do transporte por via ferroviária, tendo como seu maior legado a sustentabilidade. A previsão é de que a participação do setor ferroviário que era de apenas 15%, dobre nos próximos anos.

Além disso, o evento nos apresentou alguns dados gritantes sobre os portos públicos deficitários.  O porto de Santos, por exemplo, trazia um prejuízo de 500 milhões de reais, entretanto, graças aos últimos anos, chegará a mais de 600 milhões de lucro em 2022. E assim, sucessivamente, todos os portos nacionais foram se tornando superavitários nos últimos anos. 
A mudança de gestão foi primordial no setor de infraestrutura, acabando com a corrupção sistêmica e com as empresas públicas que sempre foram deficitárias, trazendo a eficiência da operação através do setor privado, alcançando um resultado extremamente positivo. Com a união dos esforços dos setores ferroviários, rodoviários e o hidroviário, juntamente com as parcerias público-privado, um país que já era alinhado da porteira para dentro, líder em produtividade através do uso de tecnologia e variedades agrícolas, continuará na liderança competitiva. É apostar para ver acontecer. 

O AgroForum 2022, no painel “Reduzindo Custos Brasil: Logística & Infraestrutura” com o Ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio e o CEO da empresa Rumo, João Alberto de Abreu trouxe uma realidade desconhecida para grande maioria dos brasileiros, demonstrando fortemente o trabalho realizado pela iniciativa privada em parceria com a pública, tornando possível conquistarmos o pódio não apenas no setor de infraestrutura, mas, consequentemente, em diversos outros setores que percorrem o caminho do desenvolvimento.

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